quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Novos Prismas

Donde pássaros gralham,
E o verde adorna a natureza,
Ouço trinos de silêncios,
Disfarçados nas belezas,
Que nas retinas se agasalham.

Ouço o sibilar de distante gorjeio,
Que se acopla a cóclea que aprecia,
A beleza por Deus criada,
Em tons de amores que a alma inebria,
Nos motes eternos do poetar sem receio.

Ouço o alarido de mordaz silencio a matar,
Forjando algures conjecturas tais,
Em turbilhoes de certos pensamentos,
De várias cores, indo do verde ao lilás,
Embebidas em odores do amar,

Ouço o lamento insistente deste estro,
Como se a balouçar nas folhas do belo verde,
Gritando ao poeta que ali existe para lhe inspirar,
Como se água a lhe matar a sede,
E o poetar que ao poema empresto.

Ouço o coração em descompasso,
Amplificando a fibrilação atrial,
Embora a plenitude da paz,
Sob o frio matinal,
Neste amar sem compasso.


Antonio Rey.