terça-feira, 31 de outubro de 2017

Cântico ao Sol!







Vi o sol ardendo,
Mesmo adstrito em minha timidez,
Falei com ele: Dei-lhe bom dia...
Acreditem: O sol me respondeu.

Sorria naquele instante,
E suas labaredas confundiram-me,
Fazendo-me desejar ser Ícaro o filho de Dédalo.
Não tive coragem...

Ícaro não temeu o sol e dele se aproximou,
Eu?
Eu o admiro também,
De longe...

Não tão longe quanto se pode imaginar,
Posto que o seu calor abrase o meu ser...
Faz-me melhor,
Faz-me, viver.

O Sol grandioso em si mesmo,
Eu, diminuto que sói...

Antonio Rey.




sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Poesia em Catarse.




Corre em minhas artérias amor,
Enquanto meus versos não se entregam,
Orlando as areias das emoções sentidas,
Aos gritos que a mudez carregam.
Nas subversões das frases não ditas.

Subvertem outrossim a poética,
Dando-lhe o seu imaginar,
Em críticas sem fundamentos,
Inibindo o meu criar,
Em seus rosários e pensamentos.

Assim o poetar se esvai,
Temendo o criticar,
Quebrando seu rosário criador,
No anverso do amar,
Lacrando seu fulcro e seu ardor.

E o que será da poesia?
Perderá o Vate seu estro?
Que dirão os imaginares,
Por certo que eu não presto,
Pois lacrei os seus pensares.

Mas o poeta viverá,
E sua verve também,
Talvez em outros mundos,
No Céu, ou mais além,
Distantes dos pensares imundos.


Antonio Rey.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Heras!






Heras em amores nos galhos,
Recebendo o alimento da Terra,
Enquanto o amor emperra,
Neste grito que soa não dito,
No medo que faz o coração em frangalhos.

E donde o encanto encanta,
Ouço o silêncio do seu canto,
Desapontado nem sei quanto,
Em finos galhos do amor,
Qual beija-flor que encanta.

E o querer se esbarra em nem sei no que,
Neste fluxo e refluxo de sentimentos,
Dado a inércia do momento,
Tecido em fios de medos seculares,
Não me perguntes o porque.

Assim entre estas heras perfumadas,
Nas eras em que aprendi a amar,
Fiz do meu amor o mar,
Ouvindo o sibilar do tempo,
Nas brumas das paixões perfumadas.


Antonio Rey.

Congresso Fétido!






Congresso Fétido!

É degradante a situação política do nosso país. O fisiologismo tem sido a palavra da vez.
O homem de bem não pode aceitar passivamente a indignidade a lhe conduzir; a lhe mandar.
Jamais vi em toda a minha vida um presidente tão sínico quanto este; jamais vi um congresso nacional tão sem moral quanto este que aí está. O interessante é que é o mesmo congresso que impediu a Dilma.
Seus pares galhofam publicamente sem se importarem com as opiniões daqueles que lhes elegeram. Não têm vergonha de nada, porque não sabem o que é ser dignos e só tem vergonha quem é digno.
Minha angústia é tamanha que recorro a uma poesia que fiz a uns quinze anos atrás.

ARROGÂNCIA






Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Humilhando aos humilhados sobre o erário que não é teu
Sangrando os cofres públicos com ganância insaciável.
Engordando suas contas bancárias
Deixando o pobre mais miserável.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Tripudiando o eleitor que te içou às alturas,
Simples em sua pobreza brigou com o melhor amigo,
Perdeu o arrimo dos pais, ficou sozinho consigo,
Julgando ser seu amigo o seu pior inimigo.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Negando o calor amigo a quem sempre esteve contigo
Deixando-o acabrunhado, qual a dor de Prometeu,
Pois antes de sufragá-lo, sonhava contar contigo,
Mas, quando te elegeu viu no teu olhar, o erro que cometeu.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Praticando o nepotismo
Juntando em seu semicírculo, incompetentes ridículos,
Desprezando os instruídos, sem motivo, sem sentido,
Porque os instruídos são honestos; - os déspotas seus amigos.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Tu que ontem era humilde,
Hoje, sorrindo impávido,
Soltando teus agouros; teus brados,
Cuspindo tua empáfia no pobre eleitor humilhado.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Passar, olhar para mim e o teu rosto torcer...
Boba, tola, idiota. Tu, que não tens nada de ti,
Eu, pelo menos sei rimar, por isso posso sorrir.
E tu? Livre do que rouba de mim o que tens mesmo de ti?


Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira.    



terça-feira, 24 de outubro de 2017

Vida.



Amo-te, oh vida,
Neste teu sorrir ao léu,
Nesta tua autossuficiência,
Neste teu nem aí pra mim,
Nesta tua incoerência.

Amo-te em tuas pegadinhas,
Em tuas alegrias,
Tuas tristezas,
Tua superioridade,
Nestes teus ares de grandezas.

Amo-te no desalinho que encanta,
Nestas fases em que és,
Nesta tristeza visível,
Nesta simplicidade tão bela,
Nesta beleza incrível.

Antonio Rey.



sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Freud Explica! Eu não.



Meus lábios úmidos por esta paixão,
Acoplam-se aos teus,
Desencadeando sentimentos sigilosos,
Tecidos em fios de desejos inconfessáveis.

E esta tua boca,
E estas palavras tão inaudíveis,
E este sorriso indecifrável,
Fazem-me um louco...


Antonio Rey.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Sol e riso.



E diante da vida um sorriso,
Quiçá mais destemido,
Sem os imbróglios da covardia,
Confiável e confiante,
Sorriso que alivia!

A verve rebrota,
Como rebrota o belo broto,
Em novo vagar de sonhar,
Tecida nos desejos do estro,
Neste amar igual ao mar.

E o riso é sol,
Que ilumina o castigado viajor,
Em busca de certo marfim,
Que em sua luz fustiga,
Dando-lhe a vida um novo sabor.


Antonio Rey. 

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Desalento.






É imensamente triste, para não dizer vergonhoso assistirmos todos os dias uma cambada de políticos sem nenhum pudor, principalmente o atual presidente da Republica Federativa do Brasil. É desgastante! Já não sinto mais vontade de ler, nem assistir a nenhum jornal, porque só o que vemos são estes infames, covardes, ladrões, uns defendendo aos outros.
O PT e os presidentes Lula e Dilma foram execrados publicamente. Os maiores algozes; os maiores críticos, sempre fizeram as mesmas coisas que eles disseram que grande parte de os políticos petistas fizeram. Mas, eles todos que estão no atual governo, também fizeram, e, continuam fazendo tudo e muito mais que eles mesmos condenaram.
É deplorável a falta de vergonha expressa na fisionomia do Sr. Temer e dos seus defensores. Vejo-os a todos, como esfomeados abutres sobre a carniça. A carniça é o poder...
Sinceramente, nem sei se vou ao cartório eleitoral aqui da minha cidade deixar minhas informações biométricas; nem sei se vou votar. O meu sentimento é de nojo! Eles, não me representam, apesar de ter votado.
Precisamos de um sistema político digno...
Precisamos de uma justiça isenta e que nos orgulhe. Dispenso qualquer justiça que seja atrelada a qualquer partido.
Se me permitem, deixem-me que eu cite Castro Alves: “ Deus, onde Estais que não responde. Em que céu, em que estrela Tu Te escondes?”


Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira = Antonio Rey.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Sentimento em Desalinho.


Fustiga-me insana dor,
Filha do silêncio,
Que em minh`alma ecoa,
Como soturno sino,
Em destoante sibilar.

Sem razão, busco-te em cada sorriso,
Como se teu fora,
No afã de tecer alegria,
Em fios de românticos afagos,
Neste amargo instante.

Recorro às ilações insanas,
Buscando enganar-me,
Tecendo arremedos de desculpas,
Para acalmar este coração,
Neste em vão buscar.

E o pensamento é o pior inimigo,
Posto que crie sombras pavorosas,
Deixando os olhos vertendo lágrimas,
De saudades;
De não saber.

Antonio Rey.