sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Sobre ser ou não amado.


Desejar ser amado (a) é algo muito natural. É porque é o amor o combustível que dá propulsão a espécie humana. Sem este o ser humano definha como definha a planta sem água.
O amor está para a saúde psíquica de cada indivíduo, assim como a água está para a saúde de todos os seres vivos que habitam este belo planeta.
Por esta razão, uma criança que até os sete anos receba muito carinho e amor se faz um adulto consciente de si mesmo, capaz em tudo quanto se propõe e muito menos carente. Já aquela outra criança que foi relegada pelos seus ao esquecimento, quando não hostilizada no seu próprio seio familiar, se tornará um adulto inseguro, de sentimentos confusos e por toda vida buscará compensar a falta de amor da infância, por mais ele seja amado.
Quantos conflitos nos relacionamentos não tem em sua gênese a infância mal amada? Quantos casamentos singram os mares das dificuldades do cotidiano por conta do reflexo desta falta de amor? Quantos homens e quantas mulheres necessitam de uma forma bem ostensiva de “provas de que são amados” quando na verdade já são amados e por uma deficiência psíquica oriunda da infância, não sabem de fato avaliar o seu relacionamento?
Penso que o relacionamento sadio deve passar pela observação profunda destes fatos. O ciúme que toda pessoa tem, uns em grau maior outros em grau menor, deve de quando em vez sair de cena para permitir um raciocínio mais equânime sobre esta possibilidade. Esta pergunta poderia abrir a boa vontade para que a compreensão em seu grau maior pudesse existir: Por que fulano ou fulana precisa tanto que eu lhe demonstre o tanto que eu lhe amo? De onde vem esta necessidade?  Freud diria neste instante: Da infância mal amada; do desejo de compensação que como uma grande ferida lateja em seus pensamentos diuturnamente.
Mas, para que isto aconteça é necessário conhecer a história de vida da sua companheira ou do seu companheiro. É mister se interessar pelos problemas do outro (a). Sem esta preocupação e este interesse, o relacionamento poderá corroer e com o tempo, este, que poderia ser o templo do AMOR, vir a ruir como poderá ruir uma construção sem a manutenção.
Se posso deixar um conselho para aqueles que desejam um relacionamento duradouro, digo que procurem compreender, procurem analisar o que se passa no fundo da alma da (o) sua ou seu companheira (o), e lhe cubra de carinho.
Outra coisa muito importante nos relacionamentos, é que o sexo que juntamente com o amor alicerça a união eterna, não pode e não deve ser apenas instrumento da animalidade humana, antes, tem que ter sua gênese no amor.
Duas pessoas que verdadeiramente se amem, não precisarão jamais de subterfúgios na cama. O amor, traduzido em beijos, afagos e toques é o combustível que permitirá a pira do desejo permanecer acesa.

Ame e se permita ser amada (o).

Beijos!  Mil beijos...

Antonio Rey.


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Fugaz!



Intransponível olhar,
Que em instantes voa do glacial ao fogo da paixão,
Neste insuspeitável mar de sentimentos,
Tangido em vagas de amar,
Salpicado com condimentos de ilusão.

Olhar a dizer o inaudível,
Tecido em semitons de aforismo desafiador,
Se de perfume em nem sei,
Muito embora me pareça agradável,
Tão fugaz quanto o perfume de certa flor.


Antonio Rey.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Inteligência Emocional.




Rey! Não entendo a vida. Sou tão preparado, modéstia à parte... Tão culto, tão inteligente, entretanto no trabalho, sou subalterno de um inculto, de QI irrelevante. Às vezes amigo chego próximo do desânimo... Vontade de largar tudo sabe? – Disse-me certo amigo.
Respondi-lhe:
Isso não ocorre apenas contigo. Existe uma inquietação na mente daquele que fica a observar certos fatos, assim como existe uma indagação a ser respondida.
No passado não tão distante era o QI a única e capaz condução do indivíduo ao sucesso em todos os setores da vida. Contudo, pela mesma inquietação que tens, vários estudos e várias observações foram feitas e acabaram por se descobrir o QE. Viu-se então que para o sucesso na vida a quantidade de inteligência por si só não representava muita coisa, mas, inteligência junto a emoção dizia muito; podia muito mais.
Por que?
Porque é muito natural que o homem culto e de QI elevado se isole da sociedade a que pertence. Isso ocorre normalmente porque nem sempre o intelectual, o inteligente, gosta de interagir com quem ”não está” no seu mesmo nível. Ademais, cada um é como é.
 Não é coisa boa quando isso acontece porque aquele que assim age, acaba por ferir uma regra precípua da vida, que é o caráter gregário que dá identidade a espécie humana. Isolar-se é ferir este princípio.
Então, o inteligente que se isola, no primeiro momento passa a ser antipatizado. Ninguém quer saber as causas emocionais ou culturais que levaram aquele indivíduo a enclausurar-se em si mesmo. Simplesmente o antipatiza; simplesmente o critica; simplesmente não lhe enxerga. Assim, porque ninguém pode caminhar sozinho, toda inteligência, toda cultura acaba inócua em si. Todo saber do mundo de nada valerá se não for compartilhado!
No segundo momento por estar isolado, não consegue nunca estar no lugar certo, na hora certa, como se diz por aí.
Já aquele que sabe usar sua inteligência, mesmo que não tão intensa, com a capacidade de se inter-relacionar bem; já aquele que emocionalmente sabe se dar, sorrir, ajudar, pedir ajuda, consegue criar uma psicosfera de boas energias em seu derredor que lhe facilita o viver; que lhe abre portas; que lhe conduz aonde o seu pensamento desejar. Normalmente por ser mais sociável, este está sempre no lugar certo, na hora certa.
Talvez seja por isso meu amigo, que o aparentemente inculto ou não tão inteligente, consiga sucesso na vida e que o culto, capaz e inteligente, não consiga.
Meu amigo! A vida é um dinamismo maravilhoso. Quem dá, recebe; quem nega não recebe; quem abre uma porta, tem outra que se lhe abre.
Disse o grande psicólogo baiano, radicado em Salvador, Dr., Adenáuer Novaes, em seu maravilhoso livro, Psicologia do Evangelho, da Editora Fundação Lar Harmonia; “Quando atribuímos poder ao ego, inflacionando-o, reduzimos a capacidade de aprender pelo Self.
Pois é meu amigo... Quando nos valorizamos demais, deixando o nosso ego acima do que deve estar, postergamos o aprendizado, negligenciamos a vida tal qual ela deve ser vivida e acabamos algoz de nós mesmos.

Assim, você meu amigo que sempre me prestigia com suas leituras aqui no Filosofando, busque interagir mais, brincar mais, sorrir mais, dividir mais...
Não se esqueça jamais: ! A vida é um dinamismo maravilhoso. Quem dá, recebe; quem nega não recebe; quem abre uma porta, tem outra que se lhe abre.

Beijos! Mil beijos...

Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira.

Ps:  Este assunto instigante e tão atual, é tratado de forma intensa e bastante agradável, no livro Inteligência Emocional de autoria do Dr. Daniel Goleman, Phd em psicologia pela Universidade de Harvard, lançado aqui no Brasil pela Editora Objetiva. Trata-se de uma teoria revolucionária que o estudioso busca redefinir o que é ser inteligente. Vale a pena ser lido; estudado.




terça-feira, 7 de outubro de 2014

Arrogância.




Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Humilhando aos humilhados sobre o erário que não é teu
Sangrando os cofres públicos com ganância insaciável.
Engordando suas contas bancárias
Deixando o pobre mais miserável.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Tripudiando o eleitor que te içou às alturas,
Simples em sua pobreza brigou com o melhor amigo,
Perdeu o arrimo dos pais, ficou sozinho consigo,
Julgando ser seu amigo o seu pior inimigo.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Negando o calor amigo a quem sempre esteve contigo
Deixando-o acabrunhado, qual a dor de Prometeu,
Pois antes de sufragá-lo, sonhava contar contigo,
Mas, quando te elegeu viu no teu olhar, o erro que cometeu.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Praticando o nepotismo
Juntando em seu semicírculo, incompetentes ridículos,
Desprezando os instruídos, sem motivo, sem sentido,
Porque os instruídos são honestos; - os déspotas seus amigos.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Tu que ontem era humilde,
Hoje, sorrindo impávido,
Soltando teus agouros; teus brados,
Cuspindo tua empáfia no pobre eleitor humilhado.

Vejo-te arrogância sobre as asas do poder
Passar, olhar para mim e o teu rosto torcer...
Boba, tola, idiota. Tu, que não tens nada de ti,
Eu, pelo menos sei rimar, por isso posso sorrir.
E tu? Livre do que roubas de mim o que tens mesmo de ti?



Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira.