segunda-feira, 30 de março de 2015

Poesia.

Incauta dor.

Crava-me incauta dor,
Porquanto te vejo e não te tenho,
Como ficaria um colibri sem flor,
Quando distante me contenho.

Teço fios de lagrimas nestes olhos só de ver,
Estes olhos que fixam o nada;
Estes lábios que gostaria de beijar e de morder;
Este meu coração batucando em disparada.

Crava-me imensa tristeza, não me imiscuir em tua beleza,
Não te acariciar como sói em sei,
Preso na masmorra da incerteza,
Distante dos sonhos que sonhei.

Crava-me dor inominável,
Não ter este teu carinho que gostaria,
Porquanto a dor de não te ter seja desagradável,
Crava-me qual certo punhal que me mataria.

E por isso teço fios de loucuras,
No alarido da dor do meu silêncio a falar,
Louco, toco o nada da tua tez de brancuras,
Nas maresias deste meu vão amar.

Antonio Rey.


sexta-feira, 20 de março de 2015

Baraúna.





Nem a seca de mais de três anos, te abateu,
Tu estavas atrelada a Terra mãe,
Sem se desesperar porque sabia que as chuvas viriam,
Como vieram.

E bastou pequena chuva,
Para tu te mostrares assim,
Exuberante nesta tua veste verde,
Irresistivelmente bela.

Ah, Baraúna, se eu fosse um pássaro,
Escolheria o mais alto dos teus galhos
E de lá, cantaria o meu mais glorioso canto,
Em louvor a vida.

Mas, porque pássaro não sou,
Observo-te enquanto me elevo aos Céus.
Agradecendo a Deus esta natureza que não se explica...
Que nos mantém vivos.

Saúdo-te ó Baraúna,
Tecendo neste instante em fios de lágrimas, meu poetar,
Donde emoções fluem e a ti se abraçam,
E em ti se oxigenam.



Antonio Rey.