Do século XV ao XVI, esteve muito em voga a discussão sobre
a lei do pêndulo. Ela serviu para explicar muitos sucessos e insucessos da
humanidade. Serviu para demonstrar o porquê do ápice do poder de certos povos e
o porquê, de logo mais, aquele mesmo povo submergir nos escombros de sua
própria implosão.
Nesta lei, mormente os filósofos, viam o ir e vir, mais que
necessário ao equilíbrio do todo. A maré é um excelente exemplo, com o seu
fluxo e refluxo; com seu ir e vir das ondas que lhe forma. Sem este ir e vir o mar deixaria de ser o que
é e seria mais danoso que necessário.
Assim é, que a exemplo dos filósofos do passado, me utilizo
da figura pendular, para analisar o que acontece com o homem e a mulher, nos
dias atuais.
É o seguinte:
A nossa sociedade desde os mais remotos tempos, quase que na
sua totalidade patriarcal, no seu próprio interesse se organizou de forma tal,
que, só ao homem, ao macho, conferiu poderes... A mulher esteve sempre à margem
de tudo.
A condição de insignificância que o homem quis relegar a
mulher foi tanta e tão absurda, que até os livros considerados verdadeiros e
por isso mesmo sagrados, a Bíblia e o Corão, fizeram da mulher um sub-produto
do homem, de forma a subjugar-lhe de vez.
Deus fez o gostosão (o homem) e da sua costela, fez a subserviência. (a
mulher). Absurdo dos absurdos!
A mulher para Deus, tem o mesmo peso e a mesma significância
que tem o homem e foi feita da mesma forma. Nada de boneco de barro com sopro
no ouvido. Nada de costela retirada. Isto não é senão uma bela metáfora... Na
verdade, Deus utilizou o tempo, para organizar esta bela maquina que é o corpo
humano, nos moldes descritos por Darwin.
(Quanto ao elo perdido, no meu livro Duelo Psíquico, que muito em breve
lançarei, está claramente demonstrado.)
Deixemos a digressão, e voltemos ao assunto proposto.
Isso durou muito e ainda dura em alguns locais. E por isso,
ao homem, fora atribuído todo poder; todo direito, ao passo que para a mulher,
só os deveres de cuidar do lar e ser um depósito de um líquido chamado esperma
que os machos, orgulhosamente lhe inoculavam. Ridícula esta parte da nossa
história... Ridícula, mesmo.
Assim cabia ao homem desejar e ser desejado por quantas
mulheres lhe surgissem e a mulher, quando muito, poderia ter um, que teria,
muitas...
Mas o pêndulo que andou de certo lado, aos poucos, muda de
lugar... Vai para a outra extremidade. Na
verdade, demorou muito o pêndulo, no lado patriarcal.
O pêndulo do tempo, passa agora, a extremidade matriarcal
que deverá compensar os dissabores dos poderes absolutos, que, o poder
patriarcal conferiu a si mesmo.
Assim é que estamos vendo as mulheres assumindo as
administrações de grandes corporações, ministérios importantes, presidências em
muitos países e etc. E, diga-se de passagem, com desempenho muitas e muitas
vezes acima dos homens. Por outro lado, aos homens tem sido relegada a função
nobre, de tomar conta do lar. Não poucas vezes, temos visto casais na
televisão, dizendo que os homens ficam em casa com os filhos, para suas esposas
irem trabalhar...
Uma outra situação que antes só os homens podiam fazer ou
pelo menos, se não podiam, faziam, era a questão dos múltiplos relacionamentos
amorosos. O homem, poderia, como já mencionado acima, se relacionar ao mesmo
tempo com várias mulheres. Hoje, vemos as mulheres assumindo este sentimento de
conquistadora e de possuidora de muitos amores, mormente nos grandes centros. É
mais que natural esta compensação histórica...
A internet, por exemplo, é um campo vasto para se verificar
a disponibilidade que a mulher tem conferido a si mesma. Afinal, dentro do seu
quarto, no seu escritório ou em qualquer local em que ela esteja só, ela poderá
estar sendo amada por um, dois, três e ter, como teve e ainda tem o homem, seu
ego massageado.
De certo que muitos homens não concordarão, brigarão,
pularão, mas, não há como lutar contra a força que equilibra o tempo e constrói
as sociedades. É uma lei e temos que nos submeter a ela.
Até quando o pêndulo determinará o poderio feminino, só Deus
o sabe. Eu, de minha parte, estou pronto, como homem a pagar tudo de errado que
fiz e faço... que se cumpra a lei!
Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira = Rey