Com o advento da internet, santos, sábios, conselheiros,
intelectuais, poetas, escritores, justiceiros e por aí vão, se fizeram
presentes.
É bem comum ao entrarmos nos sites de relacionamentos vermos
mensagens edificantes de toda ordem, de todo gosto e pra toda necessidade.
Mensagens que constroem status de bondade ou pelo menos a necessidade de se
modificar em algum aspecto aqueles que as leem. É de fato gratificante, enriquecedor,
e, sumamente nobre. Não é necessário discutir os motivos que os conduzem a
publicarem as ditas mensagens e se quem as publicam são de fato tão nobres na
razão diretas do que fora postado. Não quero nem posso me ater a este pormenor.
Quero apenas dizer da grandeza destas, porquanto seus resultados são o que,
particularmente me chamam à atenção.
Uma coisa que jamais vi dantes, até porque não tinham como
ver, é a necessidade de companheirismo e amizade demonstrada por aqui. É que
existe muita gente cheia de gente ao seu lado, mas, infelizmente,
irremediavelmente sós. É que a solidão passa por tantas nuances não observadas
que por vezes me apiedo dos que não sabem se fazer solidários (as), companheiros
e, ou, companheiras. Não é demais dizer que somos seres gregários e que a
interação com o semelhante é de fundamental importância para construir um
estado de prazer na existência. E por este fato que muitos e muitos
relacionamentos aqui são construídos, porque aqui, e, só aqui, as pessoas se
permitem ouvir o seu semelhante e analisar sua essência através de suas
manifestações. Daí novos amigos, novos amores novos sabores como também, novos
dissabores.
Por aqui a velocidade é mais intensa que a dá luz. Rsrrsrsrsrsrsr.
Tanto é que você dá um grito aqui, e acolá, imediatamente em outros
continentes, em outros países, o grito acaba chegando tão ou mais forte quanto
fora gritado e muitos acabam ecoando o mesmo grito e os resultados podem ser os
esperados ou não. Mas o que importa e que seu grito não feneceu na sua garganta
como dantes.
Fico a imaginar agora quando estou a escrever este meu
pensamento o que não faria Vinícius de Moraes no campo do amor, neste instante
de alta tecnologia e velocidade, ele, que tão bem soube representa-lo, fosse
através de suas poesias, fosse através de sua própria vida, porque, de tanto
amar, não deixou este amor preso e reservado a uma só pessoa, mas, soube dividi-lo
entre tantos que se tornaram públicos e tantos outros que ninguém tivera
conhecimento. Mas, que ninguém diga que ele não soube amar, porque quem o
estudar atentamente pode dizer com certeza que quando ele amava, amava de fato
e fortemente, tanto é que assim é que ele falava de sua forma de amar:
Soneto da Fidelidade!
Por Vinicius de Moraes
De tudo, ao meu amor
serei atento antes
E com tal zelo, e
sempre, e tanto
Que mesmo em face do
maior encanto
Dele se encante mais
meu pensamento
Quero vivê-lo em cada
vão momento
E em seu louvor hei
de espalhar meu canto
E rir meu riso e
derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu
contentamento
E assim quando mais
tarde me procure
Quem sabe a morte,
angústia de quem vive
Quem sabe a solidão,
fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do
amor (que tive):
Que não seja imortal,
posto que é chama
Mas que seja infinito
enquanto dure
E quantas coisas mais tenho visto por aqui. Pena que para
não tornar este meu escrito desaconselhável para os dias atuais, dou-me por
satisfeito.
Porém a que mais me incomoda é a preguiça que a grande
maioria tem de ler. E por isso sinto que muitos não chegaram até a este
parágrafo. Fazer o que? Isso também faz parte deste instante.
Jamais vi tanto em tempo algum.
Antonio Rey.