sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Jamais vi tanto em tempo algum.


Com o advento da internet, santos, sábios, conselheiros, intelectuais, poetas, escritores, justiceiros e por aí vão, se fizeram presentes.
É bem comum ao entrarmos nos sites de relacionamentos vermos mensagens edificantes de toda ordem, de todo gosto e pra toda necessidade. Mensagens que constroem status de bondade ou pelo menos a necessidade de se modificar em algum aspecto aqueles que as leem. É de fato gratificante, enriquecedor, e, sumamente nobre. Não é necessário discutir os motivos que os conduzem a publicarem as ditas mensagens e se quem as publicam são de fato tão nobres na razão diretas do que fora postado. Não quero nem posso me ater a este pormenor. Quero apenas dizer da grandeza destas, porquanto seus resultados são o que, particularmente me chamam à atenção.
Uma coisa que jamais vi dantes, até porque não tinham como ver, é a necessidade de companheirismo e amizade demonstrada por aqui. É que existe muita gente cheia de gente ao seu lado, mas, infelizmente, irremediavelmente sós. É que a solidão passa por tantas nuances não observadas que por vezes me apiedo dos que não sabem se fazer solidários (as), companheiros e, ou, companheiras. Não é demais dizer que somos seres gregários e que a interação com o semelhante é de fundamental importância para construir um estado de prazer na existência. E por este fato que muitos e muitos relacionamentos aqui são construídos, porque aqui, e, só aqui, as pessoas se permitem ouvir o seu semelhante e analisar sua essência através de suas manifestações. Daí novos amigos, novos amores novos sabores como também, novos dissabores.
Por aqui a velocidade é mais intensa que a dá luz. Rsrrsrsrsrsrsr. Tanto é que você dá um grito aqui, e acolá, imediatamente em outros continentes, em outros países, o grito acaba chegando tão ou mais forte quanto fora gritado e muitos acabam ecoando o mesmo grito e os resultados podem ser os esperados ou não. Mas o que importa e que seu grito não feneceu na sua garganta como dantes.
Fico a imaginar agora quando estou a escrever este meu pensamento o que não faria Vinícius de Moraes no campo do amor, neste instante de alta tecnologia e velocidade, ele, que tão bem soube representa-lo, fosse através de suas poesias, fosse através de sua própria vida, porque, de tanto amar, não deixou este amor preso e reservado a uma só pessoa, mas, soube dividi-lo entre tantos que se tornaram públicos e tantos outros que ninguém tivera conhecimento. Mas, que ninguém diga que ele não soube amar, porque quem o estudar atentamente pode dizer com certeza que quando ele amava, amava de fato e fortemente, tanto é que assim é que ele falava de sua forma de amar:
Soneto da Fidelidade!
Por Vinicius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

E quantas coisas mais tenho visto por aqui. Pena que para não tornar este meu escrito desaconselhável para os dias atuais, dou-me por satisfeito.
Porém a que mais me incomoda é a preguiça que a grande maioria tem de ler. E por isso sinto que muitos não chegaram até a este parágrafo. Fazer o que? Isso também faz parte deste instante.
Jamais vi tanto em tempo algum.


Antonio Rey. 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Fascínio!



Diante deste silêncio,
Olho este teu olhar de expressões,
Neste rosto de risos incertos,
Nesta minha prece sem ritos.

A saudade devora-me,
Como as raízes devoram os humos,
E assim como aqueles insistem em existir,
Ainda existo.

E nos tortuosos vagares de saudades,
Vaga em mim, tamanha imensidade,
Nesta nebulosa de sentimentos,
Que me suga ao seu centro.

E a ode como último alento,
Embarga a rouca voz do momento,
Chorado em lágrimas benditas,
Do bendito sentimento.

Antonio Rey.