sexta-feira, 5 de julho de 2013

Decadência...



Curvo-me,
Subjugado pelo jogo do sem sentido esnobe,
Subjetivo...
Pretensioso...
Pseudo intelectual.

Curvo-me às dondocas incultas,
Aplaudindo o não entendível,
Por quê?
Porque não compreenderam.
Curvo-me, pois, a isso.

Curvo-me!
A esta estúpida poética incolor,
Que poderia estar prenhe do Sr. Camões...
Envergonhado estou,
Sinto-me sujo; fétido...

Curvo-me!
A desdita de uma encarnação patética,
Presa ao inominável madeiro do descaso,
Impregnado deste asco de morte...
Nesta soletude tão necessária.

Curvo-me!
E assim com a cabeça em travesseiro de papoulas,
Embriago-me com este ópio de horrores,
Curvado como me tem curvado a vida.
Decadente...

Antonio Rey.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Miragens!

Fotografo o teu olhar em minha memória,
Esperando que jamais se vá de mim,
Jovial, transformas minha vida inglória,
Neste mar de amor, tão simples assim.

E o encanto adormecido nos lençóis do tempo,
Lento e vacilante se espreguiça em meu leito,
D`onde quase moribundo suportei tal contratempo,
Até este sentimento a insuflar o meu peito.

E assim o gládio da espada lancinante,
Que o ardor da vida feliz quis decepar,
Zuniu ante este escudo radiante,
Forjado neste ato de amar.

Inglória me seria demais a vida,
Se teus sorrisos não pudessem me brindar,
Estaria crucificado no madeiro de desdita,
À vida passageira a contemplar.

Entretanto este sorriso é combustível,
Que me projeta a doçura da paixão,
Fazendo-me poetar sensível,
Instigando-me a esta incomparável emoção.

Antonio Rey.