terça-feira, 12 de junho de 2012

Catarse.





Que amor é esse, o meu...
Que romântico, te veste de santa,
E nesta hora, te conduz ao Céu,
E logo, tu te encantas?

Que amor é essa minha forma de amar,
Que depois de, do Céu te trazer,
Transformo-te num desejo, maior que o mar...
Que te despe da tua santidade, e te mata de tanto prazer?

Que tipo de homem sou eu, ó meu Deus,
Que levanto minha deusa no ar,
Que na frente de todos, lhe beijo os seios,
Que de ser tão romântico me ponho a chorar?

Como pode, se em um instante sou anjo,
E logo depois... Lascivo, sou demônio,
E quando sou anjo, no Céu me esbanjo,
Se anjo e demônio são os meus binômios?

Como pode Senhor, Tu me dar esse dom,
De poder produzir tanto amor,
De ser música; produzir este som,
E ao mesmo tempo, ser uma flor?

Quem de fato meu Deus, serei eu,
Se ora sou tão atrevido; louco... Lascivo,
Logo depois: brando, pacífico... Um real filho Teu,
Se em uma mão trago um seio e na outra, um crucifixo?

Quem...
Sou...
Eu...
Ó meu Deus?



Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira = Rey.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Segunda Catarse!





Será que minha tristeza precisa da tua,
Para no menos com menos acabar no mais da alegria?
Será que os meus lábios ressecados de carinhos,
Precisam dos teus castigados pelos ventos da ilusão,
Para que na soma perfeita me acorde deste torpor?
Será que o meu coração já dando sinais de querer parar,
Busca no silêncio do teu a batida perfeita?

Ora trago atrelado ao meu ser,
O sibilar de ventos de dores,
Vazio qual jardim sem flores,
Em este jogo de vida; em este jogo de ter.

E as vagas do imenso amor que dantes me conduzia,
Transformaram-se em tsunamis de dores,
Opróbrios devoradores; grandes horrores,
Faz fúnebre o canto da cotovia.

Vinde, pois, ó Alencar,
Emprestar-me teu canto de amor,
Fazei o meu jardim dar flor,
Vem, vem me buscar... 

Antonio Rey.