Está na
interpretação equivocada das religiões, o grande mal que tem se abatido sobre a
humanidade em toda sua história. Por conta disso, a intolerância que sempre
alicerçou as ações de certos povos, cresce destruindo a possibilidade da paz
mundial.
Neste
contexto, são protestantes contra católicos; mulçumanos, contra judeus e assim
vai, a intolerância construindo o cemitério dos horrores sobre o indefeso
civil.
Assim é que
chamamos atenção do leitor para mais esse grande Equívoco Histórico:
Parte do mundo
cristão guarda certo ressentimento do judeu. Por que? Alegam os primeiros, que
não fosse por esse povo, Cristo não teria sido crucificado. Pasmem os amigos
leitores! Alguns chegam a comentar, que, fora por este motivo que Hitler fui
tão hostil com o povo judeu.
Apesar da
importância que este assunto se reveste, preferimos não entrar neste mérito, e,
analisarmos apenas, o porque da atitude do povo judeu de ter crucificado o
Cristo. Para tanto, é mister, que analisemos o pensamento judaico em relação ao
Enviado Divino, - Enviado, que o judeu espera a qualquer hora vir – e, o homem,
Jesus Cristo.
Naqueles dias, Roma no primeiro instante temeu
aquele homem que diziam ser ‘’o Rei dos Judeus’’, mormente quanto a uma
possível revolta popular, que Este poderia insuflar. Contudo, Jesus, jamais
admitiu ser rei daquele povo. Assim, depois de questiona-lo, foi que o preposto
de César em Jerusalém, Pôncio Pilatos, verificando que aquele homem não tinha
culpa alguma, num ato simbólico, preferiu lavar as mãos em relação ao Seu
julgamento, e deixou a cargo do povo judeu, que, insuflado pelos sacerdotes
condenou Cristo, libertando Barrabás. Eis aí o motivo do ressentimento de parte
dos cristãos.
Perguntar-nos-á
o leitor atento e bem informado: mas, o judeu não tinha conhecimento de que o
Cristo viria? Responderemos: claro que tinha. Por que então O crucificou? Torna
o leitor a nos inquirir.
Fácil! O judeu
respeita e acredita de forma muito intensa no que Moisés lhe transmitiu.
Diferente das ortodoxias, católica e protestante, ele não aceita, que, nenhuma
vírgula, seja tirada ou acrescida aos textos originais.
Pois bem! Está
escrito em Malaquias, cap.3, versículos 22 e 23: ‘’Lembrem-se da lei do meu
servo Moisés, que eu mesmo lhe dei no monte Horeb, estatutos e normas para todo
o Israel. Vejam! Eu mandarei a vocês o profeta Elias, antes que venha o
grandioso e terrível Dia de Javé. Ele há de fazer que o coração dos pais voltem
para os filhos e o coração dos filhos para os pais; e assim, quando eu vier,
não condenarei o país a destruição total.’’
É mister, que
penetremos um pouco mais no aspecto religioso para podermos compreender o
aspecto histórico.
Elias havia
sido arrebatado por um carro de fogo. Houvera morrido! Tanto é que Mateus, no
Cap. VII; Marcos, no Cap. IX e Lucas, também no Cap. IX narram sua
materialização juntamente com Moisés, no monte Tabor, frente a Jesus.
Naturalmente,
se Elias estava morto e teria que vir antes do Cristo, conforme consta de
Malaquias 3, só poderia vir, reencarnando. Mas, Elias reencarnou sim!
Não com o mesmo corpo físico que ele fora Elias, porque, naturalmente para
retornar com o mesmo corpo, seria necessário nascer dos mesmos pais, quando o
corpo físico é uma herança genética, legada pelos cromossomos de ambos.
Reencarnara
sim, dizíamos, mas, no corpo que agora, recebera o nome de João Batista. Cristo
foi quem disse.
Vejamos como
Mateus narra este fato:
‘’E, partindo
eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no
deserto? Uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? Um homem ricamente
vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis. Mas então o que
fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; Porque é
este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que
preparará diante de ti o teu caminho. E se queres dar crédito, é este o Elias
que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir ouça’’ (Mateus, Cap.11 V 07 a 15.
A Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica do Brasil 1969).
‘’Os discípulos
de Jesus lhe perguntaram: ‘O que querem dizer os doutores da Lei, quando falam
que Elias deve vir antes?’ Jesus respondeu: ‘Elias vem para colocar tudo em
ordem. Mas eu digo a vocês: Elias já veio, e eles não o reconheceram. Fizeram
com ele tudo o que quiseram. E o Filho do Homem será maltratado por eles do
mesmo modo.’ Então os discípulos compreenderam que Jesus falava de João
Batista.’’ (Mateus, Cap.17 V. de 10 a 13. Bíblia Sagrada, Edição Pastoral
1990.).
Não ter
reconhecido João Batista como Elias reencarnado é a razão maior do judeu não
aceitar Jesus como o Enviado Divino. Eis aí o Equívoco Histórico! Eis aí a
razão de todo o martírio de um povo, mormente na segunda grande guerra.
O Equívoco
Histórico, claro que existe! Mas, o judeu não errou por pura má vontade e,
convenhamos, ele tinha certa razão de não aceitar Elias reencarnado como João
Batista. Por que? Porque o próprio João refutou esta idéia. Vejamos, o que nos
relata João, o evangelista, no cap. I, versículos de 19 a 23: ‘’..quem és tu?
Disse João Batista: Eu não sou o Cristo. E perguntaram-lhe: então quem és? És
tu Elias? E disse: não sou. És tu profeta? Não. Disseram pois: quem és? Para
que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Disse: Eu
sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor como disse o
profeta Isaías.’’
João Batista
houvera dito em alto e bom som que não era Elias. Claro que os sacerdotes
judeus acreditaram. E como conforme a profecia de Malaquias, a vinda do Cristo
estava atrelada à reencarnação de Elias, na visão deles, Jesus, não poderia
mesmo ser o Cristo de Deus.
Cabe por parte
do leitor a seguinte perguntar: Com quem está a razão? Com Cristo que afirma
ser João Batista o próprio Elias reencarnado ou, com o João Batista, que afirma
não ser Elias?
Naturalmente, a verdade está na afirmação de Jesus
Cristo. Por que? Vejamos: João Batista não se sentia Elias, porque, fisicamente
não era Elias e sim, João Batista, que é o resultado daquela sua vida. Sua
personalidade, analisando segundo Freud, é constituída da soma da: herança
genética, mais o meio ambiente e o grupo social que ele interage. Um sujeito
perfeito, normal, como ele era, só poderia atentar para o que o consciente lhe
dizia e esse, lhe dizia que ele era João, o Batista. Para que ele se sentisse
Elias, necessário seria, que o seu Inconsciente, jogasse através do Superego
para o Consciente, as informações vividas pela personalidade Elias, que neste,
- Inconsciente! Uma, como que unidade do Espírito. - dormitam. Se isso tivesse
ocorrido, sob a ótica da psicologia, já não seria João um sujeito tão normal!!!
Não somos nós que estamos inventando. Quantos, ao se lembrarem das vidas
passadas são enviados para a psiquiatria? É isso! Quando penetramos o
instrumento físico, nos esquecemos de todo o nosso passado. Esse, fica como
diria Freud; - inconsciente. Essa é uma Lei Imutável, que todos estamos
subordinados, não importa a evolução espiritual. É pelo claustro do Espírito na
matéria densa que atua esta Lei.
Apesar de João
ser o maior Espírito reencarnado como o próprio Cristo dissera. ‘’Em verdade
vos digo que, entre os que de mulher têm nascido (Este ‘’de mulher tem
nascido’’, deve ser analisado como fruto do processo conceptivo normal que
vai desde a cópula até o expulsar do feto.) não apareceu alguém maior do que
João Batista.’’ (Mateus, Cap 11 V 11), ele nascera, conforme analisamos acima,
do processo normal, e, a Lei naturalmente atuou sobre ele. Mas, com certeza ele
era a reencarnação de Elias, porque, ele disse, ser o que bradava Isaías: ’’voz
do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai na solidão as
veredas do nosso Deus’’, conforme Isaías 40, V 3.
Pois a voz do
deserto profetizada por Isaías é o mesmo Elias profetizado por Malaquias. E, só
Jesus, o Cristo de Deus, sabia disso.
Dentro deste
pensamento, de que Elias deverá vir, mas, como o próprio Elias, para preceder a
chegada do Sublime Enviado, é que, o povo judeu, jamais aceitará Jesus, ou,
outro qualquer, como o Cristo de Deus.
É isso mesmo!
O judeu, não aceitará ninguém como Enviado de Deus, sem que antes, não veja
nasceu Elias, com o corpo de Elias e com o nome de Elias. Até os próprios
discípulos de Jesus, que como o Mestre são judeus, por conta deste fato, tinham
um pé atrás. Notem na citação de Mateus,
17, v 10 acima. Não há porque criticar este povo pela ação dos seus sacerdotes,
como não há também, como condena-los hoje, pela ação do seu Premier.
Faltou o
conhecimento da reencarnação para que o povo judeu pudesse entender que João
Batista era Elias e, que o filho de Maria, Jesus, era mesmo o Cristo de Deus.
Para aquele
povo, foi crucificado, não a Luz, que veio nos iluminar, antes, um baderneiro;
um agitador.
É necessário
que a nação cristã, não se faça intolerante e saiba perdoar este povo por ter
cometido este equívoco histórico, porque o próprio Cristo já o perdoou.
O que nos
cumpre a todos nós Cristãos, é tentar colocar na mente deste povo a
Reencarnação de Elias no corpo de João Batista. Assim, o equívoco será
desfeito! O judeu deixará de seguir um Deus Guerreiro, descrito por Moisés,
para seguir um Deus de amor, descrito por Jesus.
Quem sabe a
paz existirá no coração daquele povo?
Antonio
Reinaldo Carneiro Oliveira.