quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Poesia.






Renascimento.

Beijamo-nos a boca com sofreguidão,
Na insanidade daquele instante,
Forjado na argamassa dos desejos,
Lábios, línguas, bocas, beijos.

E a impulsividade do instante,
Longe de apavorar, fora deveras impactante,
Tecidos em fios de voraz libido,
Arrebatador, destemido, preciso.

E no lapso de tempo que calara a voz,
Demo-nos às asas dos pensamentos,
Lúdicos, com condimentos de paixão,
Ardor, fogo, excitação.


Antonio Rey.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Reflexão.

É incrível, mas, penetramos um momento de horrores comportamentais, tanto é, que, se você tenta conduzir um cidadão à prática do que seja digno, você correrá sérios riscos de ter sua moral maculada. Tempos de inversão de valores; tempos de amoralidade; tempos anárquicos.
Onde a família neste exato momento? 
A família se esconde e foge de sua obrigação de educadora e formadora de bons cidadãos, muitas vezes, ou melhor, sempre transferindo este papel aos professores e às escolas. Mas, pergunto eu, o que poderão fazer professores e escolas se os seus educandos lhes chegam com sérios defeitos de personalidades, com caráteres vis, nas mais das vezes com carga de marginalidade considerável? Se estes alunos não respeitam seus pais que lhes deram a vida, lhes deram alimentação e conforto na medida da condição de cada família, como queremos que respeitem aos professores e às escolas?
Nos tempos dos meus avós e dos meus pais, tanto os pais quanto os professores poderiam agir com certo rigor no afã de domar certas índoles, e até como forma de forçar aqueles que não gostavam de estudar a fazê-lo. É questionável este método hoje arcaico? É. Entretanto, enquanto ele funcionou os nossos jovens tinham como prática corriqueira a boa educação e o bom respeito.
Com o aprimoramento das leis estas práticas foram proibidas e penalizadas se praticadas tanto pelos próprios pais como e principalmente pelos educadores.
No caso da perda deste poder por parte dos professores entendo perfeitamente aceitável, mas, por parte dos pais, não sei não...
Temos ouvido vários casos de crianças praticarem faltas gravíssimas e se os seus pais chegam juntos para lhes dar um corretivo, estas gritam: - Bata em mim, venha, que eu vou direto ao conselho tutelar e ao ministério público lhe denunciar. Quer ver? Experimente me bater...
Dizem os psicólogos de plantão, os sábios da nova ordem que se educa com amor e por amor, não com espancamento. CONCORDO! Mas, existem vários tipos de espíritos; várias naturezas. Assim como existem crianças doces, meigas e aptas a ouvirem e aceitar bons conselhos, existem aquelas outras que são refratárias aos conselhos; às boas conversas e aos bons diálogos. Estes são espíritos endurecidos, empedernidos no mal. São revoltados desde o nascimento porque trazem esta revolta na alma, como fruto de dores e sofrimentos de vidas pretéritas. Estes, jamais se permitirão conselhos, afagos e exemplos.
Estas crianças um dia serão homens e serão daqueles que dá uma contra mão no trânsito, fecham uma rua com seu veículo, faz uma ultrapassagem pela direita, sem abrir uma seta para indicar um sentido, e, quando você vai lhe orientar, manda ir para a porra, (desculpem a expressão), quando não faz gestos obscenos não se importando se você tem no seu veículo, senhoras, crianças e idosos. São daqueles que chegam à frente da sua residência e urinam virado para você e os seus familiares como quem que queremos ver o seu sexo. São daqueles que cortam as filhas e sorriem para os que ficaram atrás, se achando o máximo e achando os outros idiotas. São desrespeitosos. São marginais mesmo.
O papel da família é fundamental. É neste núcleo social que tudo acontece, para o bem ou para o mal. A família não pode nem deve negligenciar o seu papel. 
Não deixemos os bons costumes morrerem.

Beijos!  Mil beijos...


Antonio Rey.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Quimera.

Não fosse o teu olhar naquela tarde,
Tarde demais estaria em adiantado certa dor,
Qual beija-flor sem flor,
Santo sem andor,
Colorido sem cor.

Não fosse teu sorriso naqueles lábios sem sorrir,
Mais pálida seria à tarde,
Mais frio seria o sentir,
Mais sofrido o existir,

Não fosse tua santidade nesta alma invisível,
Mais negros seriam os meus dias,
Menos cálido seria meu poetar,
Menos amado seria meu amar.

Entretanto tu existes em fios de pensamentos,
Forjados em lãs de imaginares,
Untados em ópios dos meus pesares,
Lânguidos.

Dou-me a ti neste poema insípido,
Oh visão imaginada,
Dou-me simplesmente no afã deste meu nada,
Das sombras deste Quixote.


Antonio Rey