Pedro: Vô! Reclama o teu filho.
Eu: Por quê?
Pedro: Porque ele briga comigo.
Eu: Olha, Pedro, Junior te reclama porque quer que você faça as coisas certas. É para não ver você errando...
Pedro: Briga com ele, vô... Briga!
Quando Pedro se dirigiu a mim, que sou pai do seu pai, pedindo que eu reclamasse Junior, porque na visão daquele, este sempre o brigava, na verdade o que ele queria mesmo era não se ver mais reclamado. Queria fazer tudo sem ter que passar pela censura paterna. Entretanto, no seu ato, estava implícita sua convicção de que, para os pais, não importa a idade dos seus filhos, uma vez que estes, têm sempre poder e autoridade sobre aqueles. O que é uma grande verdade.
Mas, por que será que nós pais, depois que nossos filhos ficam adultos deixamos de lhes reclamar quando os verificamos em atitudes de erros? Será por medo de ver um atrito criado no núcleo familiar? Será por nos reconhecermos também falhos e por isso mesmo sem “moral” para reclamá-los? Ou será por reconhecermos neles, condições necessárias em todos os sentidos para conduzirem suas próprias vidas?
Seja porque motivo for, os pais são e serão sempre pais, e, poderão sempre que necessário, utilizarem de este “poder” que lhes fora outorgado por Deus, para tentar conduzirem melhor os seus filhos. Esta capacidade de os pais para com os seus filhos e de tal importância, que hoje, as cortes de justiça dão sentenças condenatórias aos pais, que, mesmo tendo sido arrimos dos filhos, foram omissos nos seus papeis de pais.
Outra coisa que os pais tendem a deixar de fazer no dia a dia de seus filhos adultos são os afagos, elogios e beijá-los, como se existissem algum tipo de força que os separassem.
Vamos, todos nós pais quebrar os grilhões que nos atrelam a atitudes de frieza e distância em relação aos nossos filhos adultos.
Filhos, são e serão sempre filhos e jamais nós pais nos isentaremos de nossas obrigações para com eles.
A você meu netinho querido, o meu muito obrigado, posto que seu alvitre me pôs à pensar o fato.
Beijos! Mil beijos...
Antonio Rey.