segunda-feira, 22 de novembro de 2010

EQUÍVOCO HISTÓRICO

Está na interpretação equivocada das religiões, o grande mal que tem se abatido sobre a humanidade em toda sua história. Por conta disso, a intolerância que sempre alicerçou as ações de certos povos cresce, destruindo a possibilidade da paz mundial.
Neste contexto, são protestantes contra católicos; mulçumanos, contra judeus e assim vai, a intolerância construindo o cemitério dos horrores sobre o indefeso civil. 
Assim é, que chamamos atenção do leitor, para mais esse grande Equívoco Histórico:
Parte do mundo cristão guarda certo ressentimento do judeu. Por que? Alegam os primeiros, que não fosse por esse povo, Cristo não teria sido crucificado. Pasmem os amigos leitores! Alguns chegam a comentar, que, fora por este motivo que Hitler fui tão hostil com o povo judeu.
Apesar da importância que este assunto se reveste, preferimos não entrar neste mérito, e, analisarmos apenas, o porque da atitude do povo judeu de ter crucificado o Cristo. Para tanto, é mister, que analisemos o pensamento judaico em relação ao Enviado Divino, - Enviado, que o judeu espera a qualquer hora vir – e, o homem, Jesus Cristo.
Naqueles dias, Roma no primeiro instante temeu aquele homem que diziam ser ‘’o Rei dos Judeus’’, mormente quanto a uma possível revolta popular, que Este poderia insuflar. Contudo, Jesus, jamais admitiu ser rei daquele povo. Assim, depois de questiona-lo, fui, que, o preposto de César em Jerusalém, Pôncio Pilatos, verificando que aquele homem não tinha culpa alguma, num ato simbólico, preferiu lavar as mãos em relação ao Seu julgamento, e deixou a cargo do povo judeu, que, insuflado pelos sacerdotes condenou Cristo, libertando Barrabás. Eis aí o motivo do ressentimento de parte dos cristãos.
Perguntar-nos-á o leitor atento e bem informado: mas, o judeu não tinha conhecimento de que o Cristo viria? Responderemos: claro que tinha. Por que então O crucificou? Torna o leitor a nos inquirir.
Fácil! O judeu respeita e acredita de forma muito intensa no que Moisés lhe transmitiu. Diferente das ortodoxias, católica e protestante, ele não aceita, que, nenhuma vírgula, seja tirada ou acrescida aos textos originais.
Pois bem! Está escrito em Malaquias, cap.3, versículos 22 e 23: ‘’Lembrem-se da lei do meu servo Moisés, que eu mesmo lhe dei no monte Horeb, estatutos e normais para todo o Israel. Vejam! Eu mandarei a vocês o profeta Elias, antes que venha o grandioso e terrível Dia de Javé. Ele há de fazer que o coração dos pais voltem para os filhos e o coração dos filhos para os pais; e assim, quando eu vier, não condenarei o país a destruição total.’’
É mister, que penetremos um pouco mais no aspecto religioso para podermos compreender o aspecto histórico.
Elias havia sido arrebatado por um carro de fogo. Houvera morrido! Tanto é que Mateus, no Cap. VII; Marcos, no Cap. IX e Lucas, também no Cap. IX narram sua materialização juntamente com Moisés, no monte Tabor, frente a Jesus.
Naturalmente, se Elias estava morto e teria que vir antes do Cristo, conforme consta de Malaquias 3, só poderia vir, reencarnando. Mas, Elias reencarnou sim! Não com o mesmo corpo físico que ele fora Elias, porque, naturalmente para retornar com o mesmo corpo, seria necessário nascer dos mesmos pais, quando o corpo físico é uma herança genética, legada pelos cromossomos de ambos.
Reencarnara sim, dizíamos, mas, no corpo que agora, recebera o nome de João Batista. Cristo foi quem disse.
Vejamos como Mateus narra este fato:
‘’E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas do reis. Mas então o que fostes ver? Um profeta? Sim, vos digo eu,  e muito mais do que profeta; Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho. E se queres dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir ouça’’ (Mateus, Cap.11 V 07 a 15. A Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica do Brasil 1969).
‘’Os discípulos de Jesus lhe perguntaram: ‘O que querem dizer os doutores da Lei, quando falam que Elias deve vir antes?’ Jesus respondeu: ‘Elias vem para colocar tudo em ordem. Mas eu digo a vocês: Elias já veio, e eles não o reconheceram. Fizeram com ele tudo o que quiseram. E o Filho do Homem será maltratado por eles do mesmo modo.’ Então os discípulos compreenderam que Jesus falava de João Batista.’’ (Mateus, Cap.17 V. de 10 a 13. Bíblia Sagrada, Edição Pastoral 1990.).
Não ter reconhecido João Batista como Elias reencarnado é a razão maior do judeu não aceitar Jesus como o Enviado Divino. Eis aí o Equívoco Histórico! Eis aí a razão de todo o martírio de um povo, mormente na segunda grande guerra.
O Equívoco Histórico, claro que existe! Mas, o judeu não errou por pura má vontade e, convenhamos, ele tinha certa razão de não aceitar Elias reencarnado como João Batista. Por que? Porque o próprio João refutou esta idéia. Vejamos, o que nos relata João, o evangelista, no cap. I, versículos de 19 a 23: ‘’..quem és tu? Disse João Batista: Eu não sou o Cristo. E perguntaram-lhe: então quem és? És tu Elias? E disse: não sou. És tu profeta? Não. Disseram pois: quem és? Para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor como disse o profeta Isaías.’’
João Batista houvera dito em alto e bom som que não era Elias. Claro que os sacerdotes judeus acreditaram. E como conforme a profecia de Malaquias, a vinda do Cristo estava atrelada à reencarnação de Elias, na visão deles, Jesus, não poderia mesmo ser o Cristo de Deus.
Cabe por parte do leitor a seguinte perguntar: Com quem está a razão? Com Cristo que afirma ser João Batista o próprio Elias reencarnado ou, com o João Batista, que afirma não ser Elias?
Naturalmente, a verdade está na afirmação de Jesus Cristo. Por que? Vejamos: João Batista não se sentia Elias, porque, fisicamente não era Elias e sim, João Batista, que é o resultado daquela sua vida. Sua personalidade, analisando segundo Freud, é constituída da soma da: herança genética, mais o meio ambiente e o grupo social que ele interage. Um sujeito perfeito, normal, como ele era, só poderia atentar para o que o consciente lhe dizia e esse, lhe dizia que ele era João, o Batista. Para que ele se sentisse Elias, mister seria, que o seu Inconsciente, jogasse através do Superego para o Consciente, as informações vividas pela personalidade Elias, que neste, - Inconsciente! Uma, como que unidade do Espírito. - dormitam. Se isso tivesse ocorrido, sob a ótica da psicologia, já não seria João um sujeito tão normal!!! Não somos nós que estamos inventando. Quantos, ao se lembrarem das vidas passadas são enviados para a psiquiatria? É isso! Quando penetramos o instrumento físico, nos esquecemos de todo o nosso passado. Esse, fica como diria Freud; - inconsciente. Essa é uma Lei Imutável, que todos estamos subordinados, não importa a evolução espiritual. É pelo claustro do Espírito na matéria densa que atua esta Lei.
Apesar de João ser o maior Espírito reencarnado como o próprio Cristo dissera. ‘’Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido (Este ‘’de mulher tem nascido’’, deve ser analisado como fruto do processo conceptivo normal que vai desde a cópula até o expulsar do feto.) não apareceu alguém maior do que João Batista.’’ (Mateus, Cap 11 V 11), ele nascera, conforme analisamos acima, do processo normal, e, a Lei naturalmente atuou sobre ele. Mas, com certeza ele era a reencarnação de Elias, porque, ele disse, ser o que bradava Isaías: ’’voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai na solidão as veredas do nosso Deus’’, conforme Isaías 40, V 3.
Pois a voz do deserto profetizada por Isaías é o mesmo Elias profetizado por Malaquias. E, só Jesus, o Cristo de Deus, sabia disso.
Dentro deste pensamento, de que Elias deverá vir, mas, como o próprio Elias, para preceder a chegada do Sublime Enviado, é que, o povo judeu, jamais aceitará Jesus, ou, outro qualquer, como o Cristo de Deus.
É isso mesmo! O judeu, não aceitará ninguém como Enviado de Deus, sem que antes, não veja nasceu Elias, com o corpo de Elias e com o nome de Elias. Até os próprios discípulos de Jesus, que como o Mestre são judeus, por conta deste fato, tinham um pé atrás.  Notem na citação de Mateus, 17, v 10 acima. Não há porque criticar este povo pela ação dos seus sacerdotes, como não há também, como condena-los hoje, pela ação do seu Premier.
Faltou o conhecimento da reencarnação para que o povo judeu pudesse entender que João Batista era Elias e, que o filho de Maria, Jesus, era mesmo o Cristo de Deus.
Para aquele povo, foi crucificado, não a Luz, que veio nos iluminar, antes, um baderneiro; um agitador.
É necessário que a nação cristã, não se faça intolerante e saiba perdoar este povo por ter cometido este equívoco histórico, porque o próprio Cristo já o perdoou.
O que nos cumpre a todos nós Cristãos, é tentar colocar na mente deste povo a Reencarnação de Elias no corpo de João Batista. Assim, o equívoco será desfeito! O judeu deixará de seguir um Deus Guerreiro, descrito por Moisés, para seguir um Deus de amor, descrito por Jesus.
Quem sabe a paz existirá no coração daquele povo?                                        

Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira.

Um comentário: