quarta-feira, 30 de maio de 2012

Verdade de Criança.


Pedro:  Vô! Reclama o teu filho.
Eu:         Por quê?
Pedro:  Porque ele briga comigo.
Eu:         Olha, Pedro, Junior te reclama porque quer que você faça as coisas certas. É para não ver você errando...
Pedro:  Briga com ele, vô... Briga!

Quando Pedro se dirigiu a mim, que sou pai do seu pai, pedindo que eu reclamasse Junior, porque na visão daquele, este sempre o brigava, na verdade o que ele queria mesmo era não se ver mais reclamado. Queria fazer tudo sem ter que passar pela censura paterna. Entretanto, no seu ato, estava implícita sua convicção de que, para os pais, não importa a idade dos seus filhos, uma vez que estes, têm sempre poder e autoridade sobre aqueles.  O que é uma grande verdade.
Mas, por que será que nós pais, depois que nossos filhos ficam adultos deixamos de lhes reclamar quando os verificamos em atitudes de erros? Será por medo de ver um atrito criado no núcleo familiar? Será por nos reconhecermos também falhos e por isso mesmo sem “moral” para reclamá-los? Ou será por reconhecermos neles, condições necessárias em todos os sentidos para conduzirem suas próprias vidas?
Seja porque motivo for, os pais são e serão sempre pais, e, poderão sempre que necessário, utilizarem de este “poder” que lhes fora outorgado por Deus, para tentar conduzirem melhor os seus filhos. Esta capacidade de os pais para com os seus filhos e de tal importância, que hoje, as cortes de justiça dão sentenças condenatórias aos pais, que, mesmo tendo sido arrimos dos filhos, foram omissos nos seus papeis de pais.
Outra coisa que os pais tendem a deixar de fazer no dia a dia de seus filhos adultos são os afagos, elogios e beijá-los, como se existissem algum tipo de força que os separassem.
Vamos, todos nós pais quebrar os grilhões que nos atrelam a atitudes de frieza e distância em relação aos nossos filhos adultos.
Filhos, são e serão sempre filhos e jamais nós pais nos isentaremos de nossas obrigações para com eles.
 A você meu netinho querido, o meu muito obrigado, posto que seu alvitre me pôs à pensar o fato.

Beijos!  Mil beijos...
Antonio Rey.

5 comentários:

  1. Uma lição filosófica protagonizada pelo sábio Pedro, sim das coisas simples nascem belos questionamentos. Meu Caro Rey, belo texto, bela reflexão.Um grande abraço!

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    1. Obrigado, Georgio Rios... Vindo de você, com toda sua cultura e coerência, fico imensamente lisonjeado. Abração!

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  2. Lindi Ribeiro Carneiro8 de junho de 2012 às 13:13

    Rey, ao ler o seu escrito, me encontrei nas suas palavras, quando disse que as vezes nos esquivamos de reclamar os nossos filhos.
    Por tomar "algumas TORADAS" já prometi algumas vezes não mais dar "pitaco", pois eles , ou melhor, o mais novo , que tem ironicamente mais juízo, me diz com uma certa impaciência que sabe gerir por si só sua própria vida. Como diria minha mãe Marina: - "Promessa e ovo foi feita pra se quebrar." Prometo que não falo mais, mas não deixo escapar uma só oportunidade de dar meus conselhos e meus esporros encharcados do amor e do carinho que nunca permitir morressem; Porque até hoje, encho-os (IVO E DAN ) de beijos e dengos. Amo-os de uma forma tão intensa que o coração oscila colorindo-se e soltando notinhas musicais.
    Costumo dizer que sou fábrica de retardar filho. Pois trato-os como criança.
    Que bom que vc tem seu netinho, para lhe dar alegria e fazê-lo refletir em coisas simples mas que acomete a todos nós, todos os dias.
    Bjs Rey

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    1. Verdade, Lindi.

      Sei do teu imenso amor por Dan e Ivo. Entretanto sei que filho algum gosta de ser corrigido, entretanto, para que o psiquismo de todo filho possa estar em equilíbrio, a função da correção dos pais é muito relevante.
      Beijos!

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  3. Palavras tão doces e verdadeiras, que mostraram o quanto foi serena sua reflexão sobre esse assunto. Pois é Tio, uma criança de 4 anos o levou a fazer esse escrito (devemos ressaltar que Pedrinho é de uma enorme inteligencia, rsrs") e fazendo tbm a todos que lessem refletir sobre algo que muitos se esquecem. Não importa a idade, se ainda moramos ou não com nossos pais,não importa a distância, PAI é PAI, devemos respeita-los independente e acima de tudo.

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