Fotografo o teu olhar em minha memória,
Esperando que jamais se vá de mim,
Jovial, transformas minha vida inglória,
Neste mar de amor, tão simples assim.
E o encanto adormecido nos lençóis do tempo,
Lento e vacilante se espreguiça em meu leito,
D`onde quase moribundo suportei tal contratempo,
Até este sentimento a insuflar o meu peito.
E assim o gládio da espada lancinante,
Que o ardor da vida feliz quis decepar,
Zuniu ante este escudo radiante,
Forjado neste ato de amar.
Inglória me seria demais a vida,
Se teus sorrisos não pudessem me brindar,
Estaria crucificado no madeiro de desdita,
À vida passageira a contemplar.
Entretanto este sorriso é combustível,
Que me projeta a doçura da paixão,
Fazendo-me poetar sensível,
Instigando-me a esta incomparável emoção.
Antonio Rey.
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