Rey! Não entendo a vida. Sou tão preparado, modéstia à
parte... Tão culto, tão inteligente, entretanto no trabalho, sou subalterno de
um inculto, de QI irrelevante. Às vezes amigo chego próximo do desânimo...
Vontade de largar tudo sabe? – Disse-me certo amigo.
Respondi-lhe:
Isso não ocorre apenas contigo. Existe uma inquietação na
mente daquele que fica a observar certos fatos, assim como existe uma indagação
a ser respondida.
No passado não tão distante era o QI a única e capaz condução
do indivíduo ao sucesso em todos os setores da vida. Contudo, pela mesma inquietação
que tens, vários estudos e várias observações foram feitas e acabaram por se descobrir
o QE. Viu-se então que para o sucesso na vida a quantidade de inteligência por
si só não representava muita coisa, mas, inteligência junto a emoção dizia
muito; podia muito mais.
Por que?
Porque é muito natural que o homem culto e de QI elevado se
isole da sociedade a que pertence. Isso ocorre normalmente porque nem sempre o
intelectual, o inteligente, gosta de interagir com quem ”não está” no seu mesmo
nível. Ademais, cada um é como é.
Não é coisa boa
quando isso acontece porque aquele que assim age, acaba por ferir uma regra
precípua da vida, que é o caráter gregário que dá identidade a espécie humana.
Isolar-se é ferir este princípio.
Então, o inteligente que se isola, no primeiro momento passa
a ser antipatizado. Ninguém quer saber as causas emocionais ou culturais que
levaram aquele indivíduo a enclausurar-se em si mesmo. Simplesmente o
antipatiza; simplesmente o critica; simplesmente não lhe enxerga. Assim, porque
ninguém pode caminhar sozinho, toda inteligência, toda cultura acaba inócua em
si. Todo saber do mundo de nada valerá
se não for compartilhado!
No segundo momento por estar isolado, não consegue nunca
estar no lugar certo, na hora certa, como se diz por aí.
Já aquele que sabe usar sua inteligência, mesmo que não tão
intensa, com a capacidade de se inter-relacionar bem; já aquele que
emocionalmente sabe se dar, sorrir, ajudar, pedir ajuda, consegue criar uma
psicosfera de boas energias em seu derredor que lhe facilita o viver; que lhe
abre portas; que lhe conduz aonde o seu pensamento desejar. Normalmente por ser
mais sociável, este está sempre no lugar certo, na hora certa.
Talvez seja por isso meu amigo, que o aparentemente inculto
ou não tão inteligente, consiga sucesso na vida e que o culto, capaz e
inteligente, não consiga.
Meu amigo! A vida é um dinamismo maravilhoso. Quem dá,
recebe; quem nega não recebe; quem abre uma porta, tem outra que se lhe abre.
Disse o grande psicólogo baiano, radicado em Salvador, Dr.,
Adenáuer Novaes, em seu maravilhoso livro, Psicologia
do Evangelho, da Editora Fundação Lar Harmonia; “Quando atribuímos poder ao
ego, inflacionando-o, reduzimos a
capacidade de aprender pelo Self.
Pois é meu amigo... Quando nos valorizamos demais, deixando
o nosso ego acima do que deve estar, postergamos o aprendizado, negligenciamos
a vida tal qual ela deve ser vivida e acabamos algoz de nós mesmos.
Assim, você meu amigo que sempre me prestigia com suas
leituras aqui no Filosofando, busque interagir mais, brincar mais, sorrir mais,
dividir mais...
Não se esqueça jamais: ! A vida é um dinamismo maravilhoso. Quem dá, recebe; quem nega não
recebe; quem abre uma porta, tem outra que se lhe abre.
Beijos! Mil beijos...
Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira.
Ps: Este assunto
instigante e tão atual, é tratado de forma intensa e bastante agradável, no
livro Inteligência Emocional de
autoria do Dr. Daniel Goleman, Phd em psicologia pela Universidade de Harvard,
lançado aqui no Brasil pela Editora Objetiva. Trata-se de uma teoria
revolucionária que o estudioso busca redefinir o que é ser inteligente. Vale a
pena ser lido; estudado.
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