segunda-feira, 30 de março de 2015

Poesia.

Incauta dor.

Crava-me incauta dor,
Porquanto te vejo e não te tenho,
Como ficaria um colibri sem flor,
Quando distante me contenho.

Teço fios de lagrimas nestes olhos só de ver,
Estes olhos que fixam o nada;
Estes lábios que gostaria de beijar e de morder;
Este meu coração batucando em disparada.

Crava-me imensa tristeza, não me imiscuir em tua beleza,
Não te acariciar como sói em sei,
Preso na masmorra da incerteza,
Distante dos sonhos que sonhei.

Crava-me dor inominável,
Não ter este teu carinho que gostaria,
Porquanto a dor de não te ter seja desagradável,
Crava-me qual certo punhal que me mataria.

E por isso teço fios de loucuras,
No alarido da dor do meu silêncio a falar,
Louco, toco o nada da tua tez de brancuras,
Nas maresias deste meu vão amar.

Antonio Rey.


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