quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Rosas X Espinhos

Ninguém é totalmente bom, como também, ninguém é totalmente ruim. Em cada um de nós, bondade e ruindade se contrapõem, no sentido de uma compensação para o nosso próprio bem; para o nosso caminhar, rumo a evolução de nossa essência espiritual, razão única do nosso viver.

Assim também, em tudo, há pontos contrários para que o equilíbrio possa existir. Por exemplo: a noite é a contraparte do dia... O feio é a contraparte do belo... A rosa é a contraparte dos espinhos na roseira e assim sucessivamente.

Todo este meu preâmbulo, foi para falar da nossa Praça Landulfo Aves. Alegam alguns, que os Azulões e os outros pássaros que em revoada vêm pernoitar nas copas da algarobas desta praça, sujam-na, com suas fezes e deixam um mau cheiro horrível.

Não discordo que exista um cheiro desagradável, mesmo porque, é nesta praça que moro e por ela passo no mínimo quatro vezes durante o meu dia.

Mas, lhes pergunto: o que é o mau cheiro senão a falta de limpeza das titicas dos pássaros? Onde se encontram os nossos garis e o departamento de limpeza pública que ganham para isso? E será que a beleza plástica do revoar destes pássaros, tanto à tarde em suas chegadas, quanto na manhã com sua saída; será que os seus cantares maviosos e a poesia em tudo isso existente, não justificariam quaisquer outros dissabores, como as titicas?  Será que os pombos que se tornaram uma das maiores atrações turísticas de Roma, capital da Itália, também não fazem coco? Será que por lá os que a tudo odeiam, já quiseram também destruí-los?

É preciso que saibamos conviver com os contrários... É preciso que saibamos respeitar o belo, a poesia, o sentimentalismo e o romantismo mesmo que dos outros, quando em nós já não exista, sob pena de vermos no futuro, esse nosso planeta como o mais cáustico deserto de sentimentos.

Penso que a beleza dos pássaros; os seus cantares; a poesia neste diuturno revoar, compensem quaisquer odores fétidos que de eles, possam, advir.

Vamos nos humanizar.

Beijos!  Mil beijos...

Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira 

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