Da embófia nesta poética, faço estro,
Pra eternizar o meu repúdio ao nepotismo,
Donde o cinismo é tomado como empréstimo,
Pra justificar a vil ganância do capitalismo.
Homens vestais passam pelas ruas, despercebidos,
Nos seus trejeitos de impolutos pensadores,
Lá nos covis, raposas tétricas, enriquecidos,
Sugando as tetas do erário: os senhores.
Esses nojentos passam em carros luxuosos,
Enquanto os pobres, na decência, andam a pés,
Colarinhos brancos; muito dinheiro; preguiçosos,
Anversos do que é digno, e no bolso, alguns mil reis.
Ó nepotismo, Conde Drácula da pobreza,
Devolve ao povo o que dele tu tirastes,
Uma vez na vida, tenha atitude de nobreza,
Deixa este trono e vai viver do que plantastes.
Tu és inculto, não entenderás minha embófia,
E se entenderes, tu és cínico de profissão,
E eu sou bobo, nesta minha crítica filosófica,
E tu de tão sabido, é chamado de ladrão.
Antonio Rey.
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