terça-feira, 12 de setembro de 2017

Desventura.





Quisera que teus lábios a sorrir,
Esperassem os meus,
Pra com volúpia se acoplarem nos teus.
Entretanto o desengano,
Neste alarido que me traz o nada,
A desventurar o porvir.

Quisera que o teu perfume viesse no ar,
Adocicando meu olfato,
Perfume próprio do ato,
Assim como a maresia,
A quem a maré admira,
Traz o cheiro do mar.

Quisera após este banho perfumado,
Ter-te toda molhada,
Sutilmente perfumada,
A sorrir para mim,
Com teus cabelos em desalinho,
Neste teu recato amado.

Quisera não ouvir o inaudível,
Não perceber o demonstrado,
Não te querer ao meu lado,
Não gostar de você,
Não buscar entender,
Não desejar o impossível.


Antonio Rey.

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