Ontem, depois de muito tempo tu
foste minha, quando deixastes que meus dedos entrelaçassem os teus; quando me
permitistes sonhar o amor nunca dantes sonhado; quando despidos de
preconceitos, quais adolescentes, singramos as ruas de nossas emoções.
Ontem, não notei o culto, só notei a ti, pois tua beleza, brotando de tua alma, encantou a minha.
Ontem, encantado, não me recriminei, tampouco me tolhi. Dei liberdade ao pássaro do amor, que livre voou, voou, pra bem longe daqui.
Ontem, não notei o culto, só notei a ti, pois tua beleza, brotando de tua alma, encantou a minha.
Ontem, encantado, não me recriminei, tampouco me tolhi. Dei liberdade ao pássaro do amor, que livre voou, voou, pra bem longe daqui.
Ontem, fui feliz! Hoje já
não sei. E não sei, justamente porque estou dando ouvidos para a falsa
moralidade; para a falsa ética, que cerceiam o amor; que nos faz hipócritas
quando negamos a nós mesmos.
Ontem, compreendi que para
se ser feliz basta tão pouca coisa. Apenas olhar para dentro de nós mesmos.
Apenas não negar o que sentimos.
Ontem, depois de te deixar,
falei com Deus e parece-me, Ele não me recriminou. Pelo menos nada ouvi de Sua
boca que pudesse ter-me censurado. Contudo, eu censurei a mim mesmo, por isso
que eu disse que ontem fui feliz e hoje já não sei. Não sei justamente porque
me censuro. Porque me cobro o que minha consciência não me acusa dever...
Ontem fui teu Salomão.
Confiante de mim mesmo, trilhei a estrada da emoção com a consciência isenta de
qualquer mácula; de qualquer mancha, quando, não feri, não matei, não roubei,
apenas amei. E quem deve ser condenado por amar?
Ontem vivi. Hoje, já não o
sei... talvez morri.
ARCO
Antonio Reinaldo Carneiro Oliveira.
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