quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Cansei!

 

Cansei de dar a minha tolerância,
Porque não a recebo de volta,
Antes, sou confrontado com a ignorância,
Em sucessivas mostras que me revolta.

Cansei de me mostrar digno; confiável,
Porque não tenho merecido crédito.
Sou demonstrado, de forma desagradável,
Um ser sem mérito.

E por mais eu faça; por mais me doe,
Serei sempre menor do que poderia ser,
Não encontro tonalidade que me entoe,
Perco-me entre os parvos que buscam o ter.

Sinto-me um pássaro sem asas,
Um potro manco,
Recluso em algum lugar; em alguma casa,
Seguindo incontinente de canto em canto.

Sinto-me um jardim sem flor,
Um poeta sem estro,
Imerso em constante dor,
Porque me mostram que eu não presto.



Antonio Rey.

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